É preferível não proferir
Mas se for degustar,
Cuidado!
Existe teor de ferrugem
Na minha imagem.
Portanto, vou permanecer
Esperando a queda total do poente
Pois quando terminar, vou estar imune
A tudo, inundado de decalques em branco
Asfixiando flores do campo.
domingo, 24 de outubro de 2010
A verdade está no estômago do medo
domingo, 29 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Assim é e será...
"Para Fabrício M. do Canto"
Eu odeio perfumes caros e não preciso de um colchão ortopédico
Pode ser uma cama de papelão num canto seco, apenas isto.
E se puder que toque um blues amargo ou um punk raivoso, pois
Estas coisas me fazem completo, um ser humano, não um monte
De carne que caminha sob a hipnose torpe da civilização.
Quero uma cova rasa, mas uma existência digna, o resto...
Bem, o resto é luxo, eu dispenso, deixo na despensa para os
Ratos devorarem junto com os enlatados e derivados.
Quero uma cova rasa, mas com flores do campo, quero viver
E ser livre, mas neste mundo, isto parece ser muito.
Gostaria de ouvir Coltraine, tomar uns goles amargos no
Copo do diabo, e depois sorridente jogar dardos com deus.
Chamem Tom Waits, Nina Simone e vamos divagar.
Ou sei lá, posso querer dançar sozinho e sem música.
Porém, o importante é: quero uma cova rasa e flores do campo.
Também podem me cobrir de raízes amargas, do mais doce dos méis
Me levar ao mais caro dos bordéis, mas mesmo assim, vou preferir
a companhia dos poucos amigos, digo irmãos.
Vamos celebrar, não sei exatamente o que, mas vamos celebrar.
Assim é e será...
terça-feira, 24 de agosto de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Fim de mês
Diante de toda minha desatenção, surgiu uma deusa radiante, cheia de poderes, soluções, e magias encantadoras. Mas eu não percebi, pois estava absorto demais calculando o recibo do aluguel, afinal, era fim de mês.
Via errada
E eu que pensei tratar-se da via láctea, que nada, era só uma mancha de esperma no lençol puído.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Territórios ocupados
No tecido da garganta, vejo veias e vertentes
Que me lembram a forma do mapa da França
Territórios ocupados pela esperança, de algo
Descolorido e mundano, quiçá humano...
De que me serve um monumento? se não posso
Retirar todo seu cimento, e ver o olho de Hera.
Ela sim, um afrontamento movediço e escandaloso
Que dança de forma desconcertada, que me acerta
No alvo da cabeça, no meio da idéia, esquecida.
Eu quero as coisas grandes, em pequenos pacotes.
Para poder transportar o fogo e todas as energias
Em miniaturas de envelopes.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Maturidade
Que me trouxeste maturidade?
Beleza? Sabedoria? Amor?
Não, só enfado e um torrão de monotonia.
Gente que passa na rua, olhos vidrados
Vitrines com suas vertiginosas ofertas
Acendem o desejo das coisas incertas.
Acima, antes do firmamento
Gigantes de pedra, chamados prédios
Rugem, atordoados em plena luz do dia.
E eu, minúsculo, não movo um músculo
Afirmativamente dissecado, como uma
Borboleta de almanaque.
Como uma folha seca que baila sem rumo.
Como um trem que foi esquecido no depósito
Como o xerox de meu atestado de óbito.
domingo, 28 de março de 2010
Possível manual do suicida moderno
Vou comprar uma arma de grosso calibre
E deste círculo abissal, então, ficar livre...
Vou investir na bolsa de valores
Todo montante de meus vis horrores
Vou surfar no mar morto
Acompanhado pelo espírito
Do indigena cavalo torto..
quarta-feira, 10 de março de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Roedor de ossos
A criatividade e a imaginação estão em prateleiras empoeiradas
Empilhadas junto com enlatados e guloseimas fora da validade
O amor fraternal e a amizade agonizam em estradas desertas
Solido, é aquele que conta suas moedas, cercado por muros
Vigiado por cães, guardado por deus, o misericordioso
Não quero participar, mas participo, claro, não tenho escolha
Vou vivendo, apenas.
Empilhadas junto com enlatados e guloseimas fora da validade
O amor fraternal e a amizade agonizam em estradas desertas
Solido, é aquele que conta suas moedas, cercado por muros
Vigiado por cães, guardado por deus, o misericordioso
Não quero participar, mas participo, claro, não tenho escolha
Vou vivendo, apenas.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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